Muita gente, apesar de gostar ou ter vontade de experimentar a variada gama de pimentas existentes, tem receio de fazê-lo por temer passar mal ou ter algum desconforto gástrico.
Porém, a realidade é diferente do que se imagina, para a surpresa de todos e felicidade dos que gostam, mas a temem. Segundo o
gastroenterologista e cirurgião da obesidade Dr. Almino Cardoso Ramos, do Hospital Santa Rita, de São Paulo, há trabalhos experimentais mostrando que pimenta não faz mal nenhum, pelo contrário, faz bem. “É importante, porém, levarmos em consideração o fato de ser comum encontrarmos indivíduos que dizem que a pimenta piora a sensação de dor no estômago, provavelmente pela vasoconstrição, o que diminui a irrigação da mucosa; contudo, nada está comprovado a esse respeito”, afirma.
Segundo Ramos, o consumo de pimenta é essencial para quem tem enxaqueca ou dor de cabeça crônica. “Isso pode cair como uma bomba, pois o que aprendemos, desde crianças e que está enraizado em nossa cultura, é que a pimenta piora todos os quadros, o que não é verdade”, explica. O médico também informa que a substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é exatamente aquela que possui as propriedades benéficas à saúde. No caso da pimenta-do-reino, o nome da substância é piperina. Na pimenta vermelha, é a capsaicina.
“As pimentas provocam a liberação de endorfinas, analgésicos naturais extremamente potentes que o nosso cérebro fabrica” diz o gastroenterologista. De acordo com ele, o mecanismo é simples. Assim que a pessoa ingere um alimento apimentado, a capsaicina ou a piperina ativam receptores sensíveis na língua e na boca. Esses receptores transmitem ao cérebro uma mensagem de que a boca estaria pegando fogo. Tal informação gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de “salvá-lo” desse fogo. É quando a pessoa começa a salivar, a face transpira e o nariz fica úmido, tudo isso no intuito de refrescar. Além disso, embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, seu cérebro, enganado pela informação, inicia, imediatamente, a produção de endorfinas que geram a sensação de bem estar e euforia.
“Entre outros benefícios, a pimenta impede a coagulação do sangue e, portanto, evita tromboses, contendo vitamina E e chegando a ter seis vezes mais vitamina C do que a laranja. Ela também reduz o risco de doenças como o câncer, a catarata, o mal de Alzheimer e até o diabetes. Pesquisa científica também elevou o status da pimenta de simples tempero para poderoso aliado no auxílio da saúde e prevenção à depressão e outros males que afetam o humor e a disposição dos seres humanos. Pelo que se vê, a pimenta não merece a fama que tem”, finaliza Dr. Almino Cardoso Ramos.
Fonte: Saúde completa
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